Transtorno Bipolar – Vivendo numa Gangorra de Emoções

O que Catherine Zeta-Jones, Ben Stiller, Jim Carrey, Jean-Claude Van Damme, Britney Spears, Rita Lee e Maurício Mattar têm em comum ? Todos sofrem de Transtorno Bipolar. Entenda o que é e porque o Transtorno Bipolar faz com que o portador viva numa verdadeira gangorra de emoções.

Numa hora angústia, desânimo, falta de vontade de se levantar da cama. Outra hora animação, autoconfiança, sensação de poder, vontade de fazer mil coisas ao mesmo tempo. A primeira impressão é de que essas sensações são de duas pessoas distintas, uma depressiva, outra eufórica. Certo? Errado! No Transtorno Bipolar esses são sentimentos que oscilam em uma única pessoa.

O Transtorno Bipolar (TB) é caracterizado por alterações de humor que se manifestam com episódios depressivos alternando-se com episódios de euforia, em diversos graus de intensidade. Durante a fase de depressão, as sensações são falta de energia, melancolia, prostração, falta de esperança, perda pelo prazer de viver e pensamentos negativos, que podem levar a ideia de suicídio. Os episódios de euforia envolvem sensação de aumento de energia e poder, aumento na velocidade do pensamento, insônia, e comportamentos desinibidos, que podem resultar em compulsões, por exemplo. .Para desencadear uma crise não há motivos ou situações específicas. O estopim pode estar relacionado ao estresse.

Cerca de 4% da população adulta mundial sofre desse Transtorno e ele é a segunda causa de incapacidade para o trabalho entre as doenças mentais, está atrás apenas da depressão.

A causa exata ainda é desconhecida, mas os cientistas acreditam que esteja ligada à genética. Segundo a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB), 50% dos portadores da doença apresentam pelo menos um familiar afetado e filhos de portadores apresentam risco aumentado de apresentar a doença, quando comparados com a população geral.

O diagnóstico do transtorno bipolar é feito com base no histórico do paciente, uma vez que ainda não há exames de imagem para detectar a doença. Uma das principais evidências de que a doença está relacionada às reações químicas do cérebro é que os remédios dão resultado. Desta forma, os Psiquiatras geralmente prescrevem estabilizadores de humor até mesmo para os momentos em que o paciente não está em crise, ou seja, o tratamento deve ser para a vida toda. Fazer acompanhamento terapêutico com um psicólogo é recomendado e pode aumentar as chances de melhora.

Estudos mostram que 60% dos casos se manifestam na adolescência, mas só é descoberto na idade adulta.

A boa notícia é que as pessoas com Transtorno Bipolar podem levar uma vida normal e produtiva depois que recebem o diagnóstico, se informam e aprendem as nuances do problema, tomando assim os cuidados necessários .

Flávia Freitas