SÍNDROME DO PÂNICO

Quando o perigo vem de dentro

Você já sentiu um medo intenso sem uma causa real ? Os sintomas foram taquicardia, falta de ar, tontura, suor excessivo, dor ou desconforto no peito, dor de barriga ou estômago, sensação de que iria morrer e total descontrole sobre as reações do seu corpo? Caso positivo, você deve ter uma idéia sobre o que é uma crise de pânico.

A Síndrome do Pânico é caracterizada por mais de 3 episódios similares ao descrito acima em um curto espaço de tempo. Não se trata de uma "fraqueza emocional" como muitas pessoas imaginam. É uma doença grave e incapacitante que traz sérios danos à vida de seus portadores.

Segundo a Organização Mundial de Saude(OMS) ela atinge de 2% a 4% da população mundial. As crises são imprevisíveis , caracterizadas por uma ansiedade devastadora e podem ocorrer em qualquer lugar, trabalho, trânsito, casa, etc. Não há necessidade de haver um fator que desencadeie, como por exemplo, lugares cheios, estresse, etc. São tão aterrorizantes que muitos dos seus portadores desenvolvem o “Medo de sentir Medo” e Isolam-se em casa, deixam o trabalho, amigos e ansiando pelo fim do sofrimento.

Qual é a causa?

Imagina que há um interruptor dentro do seu cérebro que é ligado cada vez que há uma situação de perigo. Agora imagina que esse interruptor está com problema e é ligado aleatoriamente sem que haja qualquer perigo real . Esse interruptor fica localizado dentro do encéfalo e o nome é “locus coeruleus”. Esse mecanismo tem mantido e assegurado nossa sobrevivência, uma vez que acelera nossa reação nas situações de emergência. Quando há uma descarga do lotus coeruleus, uma grande quantidade de adrenalina é liberada para o coração, pulmões e músculos para nos ajudar a reagir com rapidez. Se um animal feroz o atacasse, você ficaria grato a esse mecanismo. Entretanto, se você está vendo seu programa favorito na TV e esse interruptor liga inesperadamente e sem ter qualquer animal, a sensação pode ser assustadora.

O quê acontece no corpo?

O cérebro faz com que as glândulas supra-renais joguem um excesso de adrenalina na corrente sanguinea causando batimentos cardíacos acelerados, a respiração torna-se mais rápida, os músculos ficam tensionados e a produção de acido gástrico no estômago aumenta consideravelmente. Em um ataque de pânico normal o sistema parassimpático começa a acalmar o corpo, em um ataque de pânico esse sistema não funciona normalmente, levando a uma crise prolongada.

Um desequilíbrio na produção de neurotransmissores pode levar algumas partes do cérebro a transmitir informações e comandos incorretos. Os neurotransmissores em desequilíbrio são: a serotonina e a noradrenalina.

Cabe ressaltar que em algumas crise há o aumento tão grande da pressão arterial, que a pessoa muitas vezes acha que está tendo um infarto e vai morrer. O risco cardíaco é mínimo se o paciente for diagnosticado corretamente.

Há diversos estudos sobre quais os tipos de pessoas podem desenvolver essa síndrome, dentre eles destacam-se : pessoas que passaram por situações traumáticas ( assaltos, sequestros, etc), estresse profissional, uso de medicamentos para emagrecer ( anfetaminas que podem promover alteração na química do cérebro), drogas e até influencia, por exemplo, mães muito ansiosas diante de um problema ao invés de oferecerem conforto e acalmar a criança, tendem a aumentá-lo . Desta forma, a criança irá crescer com uma referência interna de que quando você tem um problema, a tendência dele só é aumentar e não diminuir ou ser resolvido.

A Síndrome do Pânico tem cura ?

A falta de diagnóstico precoce e tratamento adequado podem fazer com que haja um agravamento no quadro e se desenvolva outros transtornos de ansiedade. Mas a boa notícia é que tem cura ! O Tratamento é feito com Psicoterapia e medicamentos .

O Psicólogo irá ensinar métodos para controlar a ansiedade diante de uma crise, desenvolver estratégias para enfrentar os fatores que causam o medo e/ou estresse, dentre outros ganhos. O método da hipnose está entre os mais eficazes, por proporcionar maior autocontrole e relaxamento através de induções ao inconsciente.

O sucesso do tratamento está diretamente ligado ao comprometimento do paciente. É importante que o paciente amadureça ao longo da terapia, compreendendo as causas e os efeitos de suas aflições e como pode manter o controle emocional.

Flávia Freitas